Szia, Budapeste!

Com umas palavrinhas anotadas no caderno pra nao fazer feio, tomei um trem no vilarejo da Marcela, na Eslovaquia, e cah estou em Budapeste. Passagem de trem de lah pra a capital hungara eh soh 40 reais! Vou ficar umas horas por aqui e volto pra lah no fim do dia. Dificil achar alguem que fale ingles. Aqui no cybercafe tive que fazer mimica pra conseguir fazer a mulher passar as fotos da minha camera pra um CD.
A correria eh grande e vou deixar os detalhes pra Londres...
Bratislava eh simplesmente maravilhosa e a Marcela jah estah terminantemente proibida de fazer propaganda de Praga e deixar Bratislava de lado. Mas a companhia de alguem que fala eslovaco (eh assim em portugues?) eh quase que fundamental. E isso soh deixa a cidade ainda mais interessante. Quando veem vc falando ingles, ficam olhando e sorrindo, como se quisessem puxar papo... O avesso de Praga, que eh linda, claro, mas vc quase nao ve ninguem com cara de que estah indo pro trabalho ou voltando da casa da avoh.
Eh isso aih. Vou tentar comprar um guia em ingles e achar o centro da cidade. (Como serah que se diz "guia em ingles" em hungaro??)

"Isso eh comunismo!"

Num cybercafe em Praga. Cidade lindinha! Um pouco turistica demais, eh verdade... Mas ainda consegue manter muuuuito charme. Como todo turista, me apaixonei pela Charles Bridge... Acabei de comer um porco ao molho de ameixa e amendoas ma-ra-vi-lho-so (naquele restaurante, Iracema!)! Agora a noite vamos a um concerto na St. Nicholas church.
Pedi pra Marcela me apontar todos os resquicios de comunismo aqui e na Eslovaquia. E eh impressionante ver como mesmo 15 anos depois da velvet revolution muito daquilo que existia antes ainda persiste. Dormimos a primeira noite na casa de uma amiga da Marcela. O apartamento me lembrou muito Havana! O elevador da casa da irma da Marcela tambem eh "comunismo puro", segundo ela. Tenho que confessar que acho essa a parte mais divertida da viagem.
Alem de identificar os residuos de Lenin, tentar entender partes de frases tambem eh muito divertido. Quando a Marcela dah uma pauta na sua ardua funcao de interprete, fico sorrido, balancando a cabeca como se tivesse entendendo tudo e tentando desesperadamente identificar uma palavrinha que seja. Acho que jah consequi umas sete. Em dois dias! Hahahaha!

Como tudo é relativo!!

Arrumando a mala pra Praga, vi que tinha uma coisa embrulhadinha no fundo do armário. Puxei pra frente e me dei conta do que era. Duas peças de lycra, azuis. Estava tocando uma música meio melancólica no rádio e fiquei pensando nas teorias que já surgiram com o calor em Londres. "Pô, é o Rio sem praia". Claaaaro que é muito melhor do que o cinza do inverno! Claro! Mas que você fica procurando um mar com horizonte pra olhar, ah, isso fica!

Deixei o biquini no mesmo lugar e fui ver quais dos pares de luvas está menos surrado. É... Praga e Bratislava ainda estão frias. Amanhã começa a primavera do lado de cima do planeta. Mas daqueles lados ainda é inverno na primavera... Muito mais frio que aqui. É impressionante mesmo como tudo é relativo...

Acabou!

Não eram só os (poucos) latino-americanos não! Muita gente hoje falou: "Dá vontade de chorar..." As aulas chegaram ao fim e daqui pra frente é estudar muito pros exams e preparar a dissertação.
Encerramos o programa de Glad (como carinhosamente é chamada a disciplina Globalisation and Latin American Development) com uma discussão superequilibrada sobre o socialismo cubano na "era da globalização".
Muitos, muitos, muitos textos de cubanos e não-cubanos discutindo o processo de transição econômica da nossa querida ilhazinha caribenha. Dos que estavam na aula, acho que 80% já estiveram por Havana. Dividimos impressões, alegrias e tristeza sobre Cuba. Uma ótima maneira de encerrar o curso!
Vou morrer, MORRER de saudades! Teremos umas aulas de revisão em abril, antes das provas, mas o curso, curso mesmo, acabou... :(


Parte da turma de "Globalisation and Latin American Development" - o resto ficou em casa acabando os
essays - e a coordenadora do curso (e minha orientadora),
Maxine Molyneux. 

Ai, que calor ôôô, ôôô!

Pelo ar que entrava pela janela dava pra sentir que as coisas estavam melhorando. Por isso deixei o cachecol em casa e saí pra almoçar só com um casaco. Tava no celular com a Isa quando cruzei a porta e levei um susto!
- Que isso! Tá mó calor, Isa!!! U-hu!
Pena que não estava com a máquina e fico devendo para breve a foto com as praças cheias de gente de novo. Todo mundo comendo o tradicional sanduíche de almoço sentado na grama e tomando sol.
Cruzei com o John Joe na volta. De óculos escuros, camiseta, capacete, montado na bicicleta e com um sorrisão.
- Você vai ver agora. Muuuuito diferente! Tudo bem... Nuns dias vc vai acordar e vai estar o maior frio. Vai ter que botar toda aquela casacada de novo. Mas você vai ver só!
As pessoas estão muito mais sorridentes hoje. Na rua, olham para você como se falassem: "Vê só??? Eu também estou sem casaco!" Realmente... Realmente... Sol e calor fazem a maior falta sim! Ainda bem que só me convenci disso depois de eles terem voltado.
É isso aí!!

Gente, valeu pelas mensagens de ontem. Tanto nos comments como nos emails e telefonemas. Tá tudo certo e o meu primo está superalto astral, como sempre! É bola pra frente. E não perder o orgulho da nossa cidade (para os cariocas) e do nosso país (para os brasileiros). Um dia damos jeito nisso...

Seqüestrado pela polícia

No domingo minha mãe me disse no telefone: "Essa cidade morreu". Falávamos da minha vontade de voltar, da saudade que vou sentir daqui e da intervenção nos hospitais municipais do Rio.

Ontem, li n'Os Conspiradores um post do Mauricio sobre os amigos que deixam o Rio pra trabalhar em Brasília. "Às vezes me dá a sensação de que fico no Rio para apagar a luz".

Hoje de manhã, a primeira coisa que fiz foi ir ao No Mínimo para ler, orgulhosa, a "primeira matéria na internet" escrita pelo meu tio, velho jornalista, ex-preso político e fiel morador de Santa Teresa. Minha ligação com Santa Teresa e com o jornalismo começaram por causa dele.
O email curtinho de ontem avisando que a matéria entraria no ar hoje não falava qual seria o assunto. Talvez mesmo para me pegar de surpresa. O meu primo mais novo foi seqüestrado por PMs quando voltava pra casa domingo em Santa Teresa.

Enquanto a PM leva seu filho...
O jornalista João Sant´Anna conta os momentos de angústia vividos no último domingo, falando pelo celular com seu filho, que, sem ter cometido nenhum crime, foi levado por PMs - “tu é vagabundo!” – para um incompreensível “passeio” de camburão.

João Sant'Anna
15.03.2005 | “Pai, tô tomando uma dura da PM.”
Rio de Janeiro. Meio dia de domingo, 13 de março de 2005.
Rua Cândido Mendes, Glória. Subida para Santa Teresa. Patrulha da PM pára moto-táxi com passageiro na garupa. Dispensa a moto e detém o passageiro, um garoto de 20 anos. Acusação: “Tu é vagabundo. Mentiroso!”
Geral na mochila, na carteira, nos documentos – tudo em ordem. “Tira o tênis, a meia!” – tudo em ordem. “Tu é vagabundo. Mentiroso, entra aí!”
(Continua...)

Uma cidade tão linda que não consegue solucionar o seu maior problema. Tenho aula daqui a meia-hora e não consigo parar de chorar. Rosinha, Garotinho e Cesar Maia deveriam ser convidados para um passeio igualzinho ao que o meu primo fez.

Pastel de siri com catupiry

Voltei do cinema agora com fome e sem querer tropecei numa comunidade do Bar do Mineiro no Orkut criada pelo Paulo Halm. Acho que a combinação de Bar do Mineiro com Paulo Halm é o cúmulo do carioquismo, não? Caramba... Saudade do pastel de siri com caturipy. Com aquela pimentinha... Caramba!

Pode ser porque eu ainda acredite no Lula e já tenha deixado de acreditar na Veja há uns anos, mas se faz mesmo esse escarcel todo por uma informação publicada sem que tenha sido sequer confimada? Ontem na Folha o título da matéria que falava sobre a história da Veja era: "Suposto relatório da Abin sugere que as Farc fizeram doações ao PT". Esse "suposto" e esse "sugere" me fazem pensar no trabalho que deu pro editor encontrar uma frase que chamasse a atenção do leitor e, ao mesmo tempo, não comprometesse a Folha pela falta de informações seguras na matéria da Veja...

A Beija-flor e o M16

Legal, legal. Dia de sol. Daqueles que você olha pela janela e imagina que até daria uma prainha. "Nem tá com jeito de estar tão frio lá fora". No brunch eu ignorei todas as atuais condições falei: "Vamos à praia??" É divertido falar e também ver a reação das pessoas. "Ipanema, Ipanema", completei, como se isso fosse suavizar o nonsense da proposta.

De castigo na frente do computador tentando escrever. Ainda como se não bastasse, essa música não sai da cabeça!!

Água que lava minh´alma
Ao matar a sede da população
Caboclo ê a homenagem hoje é
A todo povo da floresta um canto de fé

Se Deus me deu vou preservar
Meus filhos vão se orgulhar
O Amazonas é Brasil, é luz do criador
Avante com a tribo Beija-Flor

Samba do ano passado! Isso que é desatualização... E odeio aquela parte da "Paris Tropical"! Odeio!!

E ainda por cima um helicóptero tá rondando o nosso quarteirão. O Mariano me ligou pra dizer pra eu me render logo porque os caras já descobriram. Desligamos e o helicópero chegou mais perto. Toca o telefone de novo:
- Julinha, vai logo! Se não eles vão jogar uma bomba no hall. Põe um cobertor branco na janela!

Gender issues

Voltando do jantar na casa da Tati nos demos conta do efeito da mudança de gênero numa frase. A Dri falou "Uma foto de Serra Pelada". A Néli entendeu "Uma foto do Serra pelado". Meu Deus! Será que tem algum exemplo melhor??
- Aquele carecão pelado! Que nojo! - arrematou a Néli.

Depois de três (ou quatro) garrafas de vinho resolvemos fazer a reedição de uma foto feita em outubro!


Depois de Estocolmo, Porto, Barcelona, Veneza, Lisboa,
Kuala Lumpur, Bruxelas, Haya, Paris, Roma, cartão
clonado, vazamento no apartamento, três mudanças
em 10 dias, e muitos, muitos essays!


A foto antiga, feita em outubro, quando ainda não
sabíamos o que era passar um verão inteirinho longe
do Brasil

O melhor pro fim, mas mesmo assim...

Como sempre, quis deixar o melhor para o fim. Mas mesmo assim tá difícil. Esse último essay escolhi escrever sobre Cuba. "O problema de Cuba é muita ou pouca globalização?" Achei essa questão o máximo, mas hoje o dia foi meio improdutivo. É o cansaço. Pelo menos o nono (isso mesmo, nono) essay é mais fácil de escrever que os primeiros...
À noite teve festa da LSE no Guanabara (essa foto é de lá). Uma banda techno muito muderna tocou "Casinha de Sapê", "Águas de Março" com aquele fundo tum tx tum tx tum... Ai, ai...


Mariangela, eu e Tati. Ao fundo, Diego e Iracema.  

Tudo o que eu queria

No JB, o Marcelo me sacaneava dizendo que eu era "viciada em PDF". Eu sempre ia à baia do caderno Internet pra perguntar se ele já tava sabendo de alguma ferramenta de busca capaz de achar palavras dentro de PDFs. Tinha esse problema por causa da quantidade absurda deles que guardo no computador. Não há separação por diretórios que faça eu me organizar a ponto de saber o que posso encontrar dentro de cada um.
Hoje de manhã "os meus problemas se acabaram"! O Google lançou essa semana o Google Desktop Search. Você instala no seu computador (de graça) e ele acha qualquer palavra que estiver perdida entre documentos de Word, Excel, Power Point, PDF, emails... Maravilhoso! Perfeito!

Mudando de assunto, tá começando a escurecer mais tarde! Hoje às 18h o céu ainda não estava completamente escuro. Depois de dois invernos (um no Brasil e outro aqui), vêm chegando dois verões (um aqui e o do Brasil, no fim do ano). Maravilha!

"Eo falu portuguesh"

Kevin, meu amigo aqui do hall, é o mais novo leitor do blog! "Para quem não consegue ler português, é ótimo para ver as fotos", disse ele, que adora falar essa frase aí do título. Mas com o que conhece de espanhol, consegue ler algumas coisas e está super por dentro das tramóias do Severino no Congresso.

Hoje depois do café fomos aproveitar o único dia de cidade branquinha. Aqui estão as fotos! Ok. A neve já nos deixou felizes e agora bem que podia dar uma trégua!


Russel Square branquinha! 

"São uns idiotas mesmo"

Tá na Folha:

O presidente da Câmara dos Deputados, Severino Cavalcanti (PP-PE), desistiu do aumento de salários para deputados e senadores. "Não vou mais mexer com isso. Cumpri minha palavra. Não querem, não querem", disse ontem à noite, após o Senado ter barrado tentativa de reajuste salarial sem votação em plenário.
"Não vou botar mais esse assunto para funcionar, porque os deputados não querem", afirmou Severino, que defendeu o aumento em sua campanha pela presidência da Casa.
Ele desabafou para alguns deputados que estavam em sua sala: "Vou dizer uma coisa: eles são uns idiotas mesmo".

O Senado barrou a articulação entre Severino e Nelson Jobim. Ponto pro Renan Calheiros, que como disse a Eliane Cantanhêde, não fez isso por bonzinho, "mas de bobo não tem nada".
Vitória, vitória!

Mas o nosso lampião já arma o contra-ataque. Planeja divulgar os custos do Senado em comparação aos da Câmara. Os dois têm orçamentos idênticos (R$ 2,4 bilhões por ano), apesar de a Câmara ter 513 parlamentares e o Senado, apenas 81. Vem mais chumbo grosso. Como o presidente do Senado já barrou publicamente a proposta de Severino, acho que o que vier agora dessa briga só beneficiará o eleitor desinformado. Muito otimisto?

Pirulito por baixo da porta

Hoje recebi por baixo da minha porta esse panfleto e esse pirulito. Eleições para o comitê que representa os estudantes que moram no hall. Não aguento mais ler "Para uma cerveja mais barata, vote fulaninho", "para uma sala de música melhor, vote fulaninha", "para mais eventos esportivos, vote sicrano". E todos eles vêm com o número 4 no lugar da palavra "for", super cool. Agora me chega esse pirulito por baixo da porta. "Sponsored by Russel Supermarket", a lojinha aqui na esquina. Qual será o interesse daqueles indianos nessa eleição??

Patrocínio da lojinha da esquina